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2012 - Livro Vermelho 2013

Stephanopodium magnifolium Prance CR

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 14-08-2012

Criterio: B1ab(i,ii,iii,v)+2ab(i,ii,iii,v)

Avaliador: Daniel Maurenza de Oliveira

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Stephanopodium magnifolium é uma árvore endêmica da Bahia e ocorre nos sub-bosques das florestas úmidas. Com distribuição restrita ao município de Uruçaca, a EOO estimada foi inferior a 100 km² e a AOO em cerca de 10 km², categorizando a espécie como "Criticamente em perigo" (CR). A região de ocorrência apresenta alta taxa de desmatamento e pressão de corte seletivo; assim, o hábitat está severamente fragmentado, causando o declínio da EOO, AOO, da qualidade do hábitat e do número de indivíduos adultos. Ademais, os remanescentes florestais de Uruçaca perfazem 17,7% do município. Considerando as características da espécie, em especial o fato de ser um subarbusto de sub-bosques úmidos, é possível inferir que o crescimento seja lento, com tempo de geração mínimo de 30 anos.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Stephanopodium magnifolium Prance;

Família: Dichapetalaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Distribuição

A espécie ocorre na Bahia(Prance; Medeiros, 2012), em local altamente fragmentado (Amorim, com. pess.).Segundo Sambuichi et al. (2008) a extensão de ocorrência da espécie é estimada por em 6,2 km². No mesmo estudo os autores argumentam que a espécie esta altamente em perigo por ocorrer em local com alta taxa de redução de habitat, fragmentação e corte seletivo, considerando também a pequena área de distribuição geográfica. O estudo ainda classifica a espécie em "Criticamente em perigo" (CR) baseado no critério de pequena extensão de ocorrência em área severamente fragmentada e em continuo declínio (B1ab(i, iii)).

Ecologia

A espécie é arbórea, tem tamanho pequeno, ocorre em Mata Atlântica de encosta, no litoral da Bahia (Prance, 1995).A espécie ocorre no sub-bosque de floresta ombrófila (Sambuichi et al., 2008).Os registros botânicos indicam que a espécie é higrófila e apresenta tamanho entre 5 e 20 m. A floração foi registrada nos meses março, julho e setembro, enquanto a frutificação nos meses julho e outubro (CNCFlora, 2012).Plantas hermafroditas, de frutos carnososa, iterópara (Amorim, com. pess.)

Ameaças

1.4.2 Human settlement
Incidência local
Severidade medium
Detalhes Segundo Meliani (2011) o crescimento turístico, as crescentes áreas de loteamentos e expansão de áreas urbanizadas são as principais ameaças à biodiversidade no município de Itacaré, BA, região próxima da área de ocorrência da espécie.

6 Pollution (affecting habitat and/or species)
Incidência local
Severidade medium
Detalhes Segundo mapeamento socioambiental urbano em Itacaré (BA), região próximo da área de ocorrência da espécie, a disposição irregular de lixo/entulho, os animais associados ao lixo, as fossas abertas, a poluição do solo e da água, o desmatamento, as ocupações de APPs, a erosão, os riscos de deslizamentos e os riscos de enchentes são os principais impactos na área do município (Ferreira; Matias, 2011).

Ações de conservação

1.2.1.1 International level
Situação: on going
Observações: "Vulnerável" (VU) segundo a Listavermelha da IUCNl (World Conservation Monitoring Centre, 1998).

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: A espécie ocorre na unidade de conservação (SNUC) Parque Estadual Serra do Cunduru (Sambuichi et al., 2008)

Referências

- Base de Dados do Centro Nacional da Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2012.

- PRANCE, G. T.; MEDEIROS, H. Dichapetalaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/index?mode=sv&group=Root_.Angiospermas_&family=Root_.Angiospermas_.Araceae_&genus=&species=&author=&common=&occurs=1&region=&state=&phyto=&endemic=&origin=&vegetation=&last_level=subspecies&listopt=1>.

- GONTIJO, F. D. Dichapetalaceae. In: STEHMANN, J. R.; FORZZA, R. C.; SALINO, A.; SOBRAL, M. COSTA, D. P. KAMINO, L. H. Y. Plantas da floresta atlântica. Rio de Janeiro, RJ: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, p.516, 2009.

- FERREIRA, P. F. M.; MATIAS, L. F. MAPEAMENTO E ANÁLISE DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS URBANOS EM ITACARÉ (BA), BRASIL. Revista Geográfica de América Central - Número Especial EGAL, p. 1-15, 2011.

- MELIANI, P. F. Turismo, urbanização e produção de espaços de exclusão em Itacaré, Bahia. Revista de Cultura e Turismo, v. 5, n. 2, p. 125-142, 2011.

- PRANCE, G. T. A Synopsis of Stephanopodium (Dichapetalaceae). Kew Bulletin, v. 50, n. 2, p. 295-305, 1995.

- SAMBUICHI, R. H. R.; OLIVEIRA, R. M.; NETO, E. M.; THÉVENIN J. M. R.; JUNIOR, C. P. J.; OLIVEIRA, R. Conservation status of ten endemic trees from the Atlantic Forest in the south of Bahia - Brazil. Natureza & Conservação, v. 6, n. 1, p. 208-225, 2008.

- ANDRé MáRCIO ARAUJO AMORIM. ?Comunicação do especialista André Márcio Araujo Amorim, da Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus (BA), para o analista Daniel Maurenza, pesquisador do CNCFlora, em 14/08/2012, 2012.

- WORLD CONSERVATION MONITORING CENTER. Stephanopodium magnifolium in IUCN Red List of Threatened Species. Version 2012.2, IUCN. IUCN. Disponivel em: <http://www.iucnredlist.org/details/35343/0>. Acesso em: 30 Jan. 2013.

Como citar

CNCFlora. Stephanopodium magnifolium in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Stephanopodium magnifolium>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 14/08/2012 - 14:07:18